PRESIDENTE DO SECEG EM O POPULAR: Comércio prevê menos vagas para temporários

O comércio lojista goiano deve abrir menos vagas de emprego temporário para este próximo Natal. A expectativa da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) é de que sejam oferecidas 15,4 mil oportunidades, 3% menos que no mesmo período do ano passado, quando 15.950 pessoas foram contratadas.


A redução é atribuída a um menor otimismo dos lojistas, por causa do fraco desempenho da economia e da queda nas vendas nos últimos meses.

 

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que, no País, o comércio varejista vai oferecer 138,7 mil vagas de trabalho no fim deste ano, o que equivale a crescimento de apenas 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado – o pior resultado desde 2009.

 

Para o presidente da Fecomércio-GO, José Evaristo dos Santos, este receio não é diferente no Estado. “Estamos refazendo as projeções de aumento de 4,5% no faturamento anual para Goiás em função da queda nas vendas em alguns meses”, destaca. Isso porque boa parte disso viria do Natal e do Dia da Criança, que também não tem boas perspectivas.

 

Além disso, não houve queda nas taxas de juros que pudesse estimular o consumo, como em anos anteriores. O cenário eleitoral é outro contexto que não favorece a economia. “Não há expectativa de mudança de cenário”, ressalta. Outro desestímulo, segundo o presidente da Fecomércio-GO, está na legislação trabalhista: se uma mulher engravidar enquanto estiver trabalhando como temporária, deverá ser efetivada.


CURSOS

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado (Sindilojas) e da Associação de Lojistas do Flamboyant (Aslof), José Carlos Palma Ribeiro, concorda que haverá redução das contratações neste fim de ano. Segundo ele, alguns candidatos já começaram a procurar o sindicato para se candidatarem a uma vaga num dos cursos oferecidos para quem deseja trabalhar como temporário. “Já estamos formando turmas para outubro”, informa.

 

A Aslof também já está ministrando cursos para quem quiser trabalhar no shopping. A primeira turma teve 75 alunos. Em 2013, 600 pessoas fizeram o curso, cuja duração varia de 1 a 3 dias, dependendo da experiência da pessoa. José Carlos lembra que a seleção este ano está mais rigorosa, já que os lojistas tiveram problemas com falta de comprometimento de muitos temporários com o trabalho.

 

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Goiás (Seceg), Eduardo Amorim, diz que ainda é pequena a oferta de vagas pelas empresas e a procura por parte dos candidatos. Ele afirma que houve uma redução do interesse pelas oportunidades de trabalho oferecidas. “Para cada vaga oferecida antes, apareciam 15 candidatos. Hoje, são apenas dois”, diz.

 

O desestímulo estaria no salário médio de R$ 1,1 mil para vendedor, enquanto os candidatos querem, pelo menos, R$ 1,3 mil. Segundo Eduardo, mesmo com a retração da economia, hoje a renda familiar permite uma maior escolha por parte dos trabalhadores. “Se as propostas continuarem neste nível, a queda nas contratações deve ser ainda maior”, prevê.


EFETIVAÇÃO

 

No ano passado, 13.940 comerciários foram contratados para atuarem como temporários. De acordo com o Seceg, 3.485 pessoas foram efetivadas depois. “O desinteresse é visível até em órgãos como o Sine”, destaca Eduardo.

 

Na rede Flávio’s Calçados, o emprego temporário acaba sendo uma porta de entrada para o vínculo definitivo. Em 2013, a empresa contratou 108 temporários e, destes, 60% permaneceram na empresa. Este ano, a previsão é contratar 110 temporários, sendo que a seleção começou no início de setembro. No total a Flávio’s tem, aproximadamente, mil funcionários.

 

Na rede Novo Mundo, a expectativa é de um incremento de 5% na oferta de vagas este ano Os interessados devem se candidatar pelo site www.novomundo.com.br, no link Trabalhe Conosco, ou enviar currículo pelo e-mail [email protected].

 

Fonte: O Popular

Repórter: Lúcia Monteiro

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