O Pix, que completou dois anos nesta quarta-feira (16), passou a ocupar o espaço dos boletos nos pagamentos à vista feitos pela internet ao longo dos últimos meses.
Um estudo do Mercado Pago indica que, de cada 5 transações quitadas à vista pela internet, 4, ou 80%, são feitas por meio do Pix, e 1, ou 20%, por boleto.
Executivo responsável pela área de inovação em pagamentos do Mercado Pago, Felipe Soria diz que contribuíram para a adoção do Pix em larga escala a facilidade e a eficiência da ferramenta, em comparação ao pagamento via boleto, que demora até três dias para ser liquidado, e o contexto da pandemia, com as medidas de restrição de circulação de pessoas.
“A partir do momento em que o Pix entrou no cenário, ele simplesmente dominou a pauta por uma questão muito simples, de que antes só havia um instrumento de pagamento à vista, que era o boleto, que é muito defasado tecnologicamente e ruim tanto para quem paga quanto para quem recebe”, afirma Soria.
Os dados do Mercado Pago indicam também que a penetração do Pix, consideradas todas as modalidades de pagamentos online realizados por meio da plataforma, cresceu 7 pontos percentuais no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 23% ao final de setembro.
Além disso, consideradas todas as formas de pagamento, o Pix respondeu por 1 em cada 4 transações online realizadas no Mercado Pago no terceiro trimestre do ano.
Segundo Soria, o cartão de crédito ainda é uma das principais alternativas utilizadas pelos consumidores para fazer os pagamentos online por meio da plataforma. A tendência, contudo, é que, com o desenvolvimento de novas frentes de uso via Pix, a ferramenta passe a ganhar um espaço cada vez maior dentro do mercado de forma geral.
Ao longo dos últimos meses, as instituições financeiras passaram a ofertar crédito pessoal por meio do Pix, permitindo ao usuário realizar compras parceladas por meio da ferramenta.
O próprio Mercado Pago começou a oferecer, em meados de fevereiro, a opção do Pix parcelado, pela qual o usuário contrata um empréstimo pessoal para fazer o pagamento de maneira escalonada.
PIX ALCANÇA 26 BILHÕES DE TRANSAÇÕES E R$ 12,9 TRILHÕES EM VOLUME FINANCEIRO EM DOIS ANOS
Segundo dados do BC, desde o lançamento do Pix em 16 de novembro de 2020 até setembro de 2022, foram feitas 26 bilhões de transações pela ferramenta de pagamento instantâneo, com valores transacionados de R$ 12,9 trilhões.
Além disso, as estatísticas apontam que cerca de 130 milhões de pessoas físicas —70% da população bancarizada— já fizeram pelo menos um Pix desde novembro de 2020.
“As transações feitas com o Pix continuam em ascensão, revelando a grande aceitação popular do novo meio de pagamento, que trouxe conveniência e facilidades para os clientes em suas transações financeiras do cotidiano”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em nota.
Levantamento feito pela Febraban com base em números do Banco Central mostra que, em setembro deste ano, o Pix atingiu um giro financeiro de R$ 1,02 trilhão, com tíquete médio R$ 444, enquanto a TED, que somou R$ R$ 3,4 trilhões, teve tíquete médio de R$ 40,6 mil.
Segundo Leandro Vilain, diretor-executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Febraban, os números mostram que a população está usando o Pix como meio de pagamento de menor valor, em transações com profissionais autônomos, por exemplo, e também para compras do dia a dia, que seriam feitas com dinheiro físico. Para o especialista, isso faz o número de transações aumentar em ritmo acelerado e traz comodidade aos clientes, que não precisam mais transportar cédulas para pequenas transações.
Ainda segundo o levantamento da federação dos bancos, quase metade dos usuários do Pix estão na região Sudeste (43%), seguidos do Nordeste (26%), Sul (12%), Norte (10%) e Centro-Oeste (9%). Já em relação à faixa etária dos usuários, 64% têm entre 20 e 39 anos.
Segundo Soria, o cartão de crédito ainda é uma das principais alternativas utilizadas pelos consumidores para fazer os pagamentos online por meio da plataforma. A tendência, contudo, é que, com o desenvolvimento de novas frentes de uso via Pix, a ferramenta passe a ganhar um espaço cada vez maior dentro do mercado de forma geral.
Fonte: Uol