Comércio prevê aumento de 14% nas vendas deste Natal, em Goiás

As vendas do comércio goiano neste fim de ano devem ser 14% maiores que no mesmo período do ano passado. Esta é a previsão da Federação do Comércio no Estado de Goiás (Fecomércio-GO), feita com base em bons índices atuais de geração de empregos e indicadores das pesquisas do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Já as perspectivas para 2023 são de um cenário mais desafiador, principalmente porque tudo indica que os juros devem continuar altos.

Goiás tem apresentado indicadores econômicos melhores que a média nacional, como menor taxa de desocupação e maior crescimento do PIB. O consultor de assuntos econômicos da Fecomércio-GO, Bruno Ribeiro Abreu, lembra que as pesquisas também revelam um aumento do nível de confiança do empresário goiano (medido em pontos). “Este bom nível de otimismo é muito importante porque o empresário tende a tomar medidas que se refletem positivamente na economia como um todo, como o aumento de contratações”, destaca. 

Com a redução do desemprego, a intenção de consumo das famílias também cresceu ao longo de 2022, principalmente entre as de maior renda. Bruno Ribeiro ressalta, que, apesar de ter aumentado, o nível de endividamento no Estado permanece abaixo da média nacional, além de ser algo momentâneo. “O endividamento subiu porque a taxa básica de juros foi de 2% para 13,5% desde o ano passado, o que impacta todo custo do crédito”, explica.

Perspectivas

A chegada de um novo governo federal também projeta um cenário de incertezas para 2023. Uma das maiores preocupações é sobre como ficarão as despesas do governo federal, como a PEC que eleva o teto de gastos. O consultor da Fecomércio-GO explica que isso deve deixar o Brasil com uma maior dificuldade para redução dos juros, o que impacta o custo das dívidas e retraem o mercado consumidor.

De acordo com ele, há um temor de alta no custo da máquina pública com a criação de mais ministérios e manutenção de programas sociais. “Num país endividado, o credor internacional exige juros maiores para continuar investindo em títulos brasileiros. Assim, o governo tende a elevar os juros para reter este capital”, explica.

Além disso, as taxas de juros devem continuar sendo um remédio amargo usado para controlar a inflação, que também é pressionada pela alta cotação do dólar. Vale lembrar que a moeda americana exerce muita influência sobre o custo das matérias-primas para produção nacional, que pressiona os preços.

O presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (Acic), Antônio Alves Ferreira, confirma que o teto de gastos é uma preocupação. “Um consumidor preocupado com o futuro tende a consumir com mais cautela, se limitando ao essencial”, afirma.

Ele também lembra que o Centro enfrenta muitos problemas hoje, como falta de segurança, excesso de moradores de rua e as intermináveis obras do BRT, que causaram transtornos. “Muitos lojistas trocaram o Centro por pontos comerciais em bairros. A administração municipal precisa dar mais atenção à região, para voltarmos a atrair moradores e visitantes.”

O presidente da Associação Comercial e Industrial da Avenida Bernardo Sayão (Acibs), Cairo Myron Ramos, fala em otimismo para as vendas de Natal. “Com as ações promocionais da avenida este ano, como o Natal da Copa, prevemos um crescimento de 30% das vendas de atacado e varejo”, estima.

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