Há poucos dias lembrei de uma citação do século 19 bem atual nas relações entre política, interesses e trabalho na atualidade neste País: “Quase todos os esforços humanos se dirigem, não a redução da carga do trabalhador, mas a tornar mais agradável o ócio dos que já vivem em lazer”. A frase é do escritor russo Liev Tolstoi, que no século XVIII questionava as contradições das condições de vida da sociedade burguesa da época e a pobreza dos trabalhadores.
Bem, vamos começar por dois pontos cruciais na vida de pelo menos 80% dos moradores desse País desde a roça até a cidade: Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. A primeira atinge algo que ultrapassa os 65 milhões de pessoas, enquanto que a outra abrange 38 milhões de trabalhadores.
Portanto, são mais de 100 milhões de pessoas atingidas diretamente. Pais e mães de família, além de jovens que sentem-se perdidos diante de tantas fórmulas mágicas para “reduzir déficit” e “modernizar relações” . E como entrada uma lei da terceirização aprovada diante dos interesses de parlamentares em detrimento a opinião das várias partes envolvidas no processo.
Ultrajes sucessivos em nome do fortalecimento de poucos e esmagamento da massa. A pirâmide está invertida em função do “ ócio dos que já vivem em lazer ”. Para o executivo a fórmula é simples. Aprova-se tudo como pensam os burocratas e se algo der errado, serão feitos novos estudos. Isso é falácia se o maior prejudicado for o cidadão comum.
Enquanto isso, a carga do trabalhador pesa em seus ombros. É o País dos esforços para desmerecer quem paga impostos.
Eduardo Amorim – Presidente da FETRACOM GO/TO e Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás (SECEG)
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