DERMATOLOGISTA DO SECEG É A ENTREVISTADA DO JORNAL O POPULAR

Benefícios a longo prazo da proteção solar provados e comprovados pela ciência

“Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: usem o filtro solar”. A frase que abre um texto da cronista norte-americana Mary Schmich, famoso no Brasil na voz do jornalista Pedro Bial, faz todo o sentido. Os benefícios a longo prazo da proteção solar estão provados e comprovados pela ciência. Mesmo assim o produto é pouco usado no País que além de ter verão com altas temperaturas e incidência de raios solares tem também um dos maiores índices de câncer de pele. Estima-se que 4,5 milhões de brasileiros já tiveram a doença.

Em Goiânia, uma pesquisa recente realizada pela Solar Gold apontou que 57% dos entrevistados não aplicam protetor solar diariamente. “A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de entendermos melhor os consumidores e para sabermos com mais precisão quando e com qual frequência as pessoas costumam usar o protetor. Quando vimos os resultados, ficamos surpresos com os números, especialmente porque estamos numa região em que a radiação solar é muito forte”, explica Leonardo Rezende, CEO da Nutriex, empresa que fabrica o produto.

O curioso é que quase metade das pessoas (44%) não relaciona o uso do protetor solar com cuidados com a pele e 29% só aplicam protetor solar em momentos de lazer quando estão na praia, piscina, cachoeira, rio ou lago. Em dezembro, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apresentou o resultado de uma pesquisa inédita sobre hábitos de exposição solar e fotoproteção realizada pelo Datafolha. Ela mostrou que 63% dos brasileiros não usam nunca o protetor solar.

O estudo revelou que nenhum brasileiro entrevistado se protege de forma completa (evitando o sol das 10 às 16 horas, usando chapéu, óculos, protetor solar e sombrinha ou guarda-sol) no seu dia a dia e somente 23% usam o protetor diariamente como recomendado pelos dermatologistas. “O baixo índice preocupa ao contrapormos o número de novos diagnósticos de câncer de pele, que corresponde a aproximadamente 25% de todos no País. Isso sem falar em outras doenças já bastante comuns, como o melasma, agravadas pela exposição ao sol sem proteção”, explica a dermatologista Laura Sandes.

Para a médica, o acesso a especialistas em dermatologia ainda é reduzido no País e visto por muitos como algo supérfluo. Sem a orientação adequada, mesmo que o indivíduo se predisponha a usar algum protetor solar, acaba abandonando o uso por julgar cansativo e de menor importância. Outros fatores que explicariam a baixa adesão são o hábito – a proteção solar é uma questão ainda muito recente – e o alto custo de protetores com cosmética mais agradável, que não incomode o usuário.

“Como o resultado da exposição sem proteção não é visto geralmente de imediato, o protetor acaba não entrando na lista de itens importantes na maior parte dos orçamentos”, explica a dermatologista Laura Sandes. Atualmente tramita no Senado um projeto de lei que inclui o produto na lista do programa Farmácia Popular, que oferece medicamentos a preços mais baixos. “Com o aumento da divulgação e orientação da importância do uso de fotoprotetores, saímos de uma geração que se bronzeava com óleo de motor e urucum para uma que, mesmo ainda não se protegendo de forma adequada, já diminuiu os excessos e caminha para um cuidado melhor da saúde de sua pele”, avalia a médica.

 

Fonte: O Popular/Editoria Magazine 

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