O empresário João Appolinário, dono da rede varejista Polishop, quer criar nada menos do que a maior rede de salões de beleza do País. Ambição não falta. Principal acionista da Mega Studio Be Emotion – hoje com apenas cinco unidades – ele quer chegar a doze até o fim de 2019 e abrir 200 salões de beleza em quatro anos. Boa parte deles por meio de franquias, atraindo investimento total estimado em R$ 100 milhões.
“Vamos oferecer serviços de um salão de luxo a preços populares”, diz o empresário. Fundado pelo casal Marcella Dias e Pedro Marques, o Mega Studio nasceu como um salão de bairro de periferia. No ano passado, os dois empreendedores participaram da terceira edição do programa Shark Tank Brasil, no qual pequenos empreendedores tentam vender seus negócios a grandes empresários.
Appolinario é um dos jurados e viu ali uma oportunidade: juntar a marca de cosméticos da Polishop, a Be Emotion, com os salões Mega Studio. “Marcella é uma expert em cabelo e tem todo um trabalho desenvolvido em reconstrução capilar”, diz. “Decidi investir nesse negócio por meio do meu fundo.” O empresário é sócio majoritário do negócio.
As unidades do Mega Studio terão outros produtos complementares aos cosméticos da Be Emotion, como chapinhas e secador de cabelos. “O objetivo é democratizar a beleza”, afirma Appolinario. “Além disso, vamos desenvolver nova linha de produtos profissionais para cabelo, buscando maior sinergia entre cliente, cabeleireiro e marca.” Também está em gestação a criação de um aplicativo para o cliente agendar serviços.
Investimentos
No plano de negócios, o salão oferecerá serviços “premium”, como hidratação, reflexo, bronzeamento artificial, tratamentos para pele e manicure, a preços acessíveis. “Fecharemos o ano com 12 unidades, sendo todas lojas próprias, e vamos depois abrir para franquias.”
Um dos principais especialistas em franquias do País, o consultor Marcelo Cherto vê o negócio com potencial de expansão. “O setor de franquias teve um crescimento menor nos últimos três anos, como reflexo da crise econômica”, diz Cherto. “Embora muitas empresas tenham fechado lojas nesse período, o saldo é positivo em 4 mil unidades abertas no geral. Antes da recessão, o saldo era de 12 mil unidades por ano.”
Empresas de beleza, segundo ele, atraem investidores. “O negócio do Appolinario tem apelo. As grandes redes de salão ainda estão em bairros nobres. Estamos em um ponto de inflexão. Com a reforma da Previdência e a tributária, o País voltará a crescer”, disse.
Além do Mega Studio, o dono da Polishop tem 14 startups em seu fundo de investimento. Uma das apostas do empresário é a empresa Sagrado Boulangerie, cuja proposta é vender pães artesanais assados na hora. Começou com pontos de venda na região de Alphaville, em Barueri, na Grande São Paulo, área que concentra condomínios de luxo.
A atual estratégia para a Sagrado Boulangerie será expandir o conceito por meio de caminhões com uma padaria artesanal ambulante, que vai até os clientes em condomínios. “Temos outros negócios em gestação.”
Varejo
Com faturamento de cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano, a rede Polishop analisa o spin-off (cisão) de seus negócios. Além da área de cosméticos, a Polishop planeja separar as divisões home fitness (ginástica) e alimentos saudáveis, hoje dentro da estrutura do grupo, para garantir uma expansão independente para cada um dos diferentes segmentos de atuação.
Appolinario não tem, por ora, planos de abrir o capital da Polishop. Segundo ele, o grupo tem muito potencial de crescimento orgânico. “Nascemos multicanal e nossas lojas físicas proporcionam experiência aos nossos consumidores.”
Fundada há 20 anos, a varejista que comercializa utensílios domésticos – de fritadeiras elétricas a cadeiras de massagem – terá o empresário como garoto-propaganda do seu negócio em setembro, quando o grupo completa 20 anos. “A campanha será focada na mensagem de empreendedorismo, que está no meu DNA.”