HSBC anuncia que irá encerrar atividades no Brasil e na Turquia

 

O banco HSBC anunciou nesta terça-feira (9) um novo plano estratégico que inclui uma reestruturação de 10% de seu elenco no mundo todo, uma revisão de sua futura sede, o abandono de mercados como Brasil e Turquia e sua ampliação de negócio no continente asiático. O novo plano empresarial procura reduzir custos em US$ 5 bilhões e conseguir um retorno sobre o patrimônio líquido de mais de 10% para 2017.

 

Com isso, o HSBC cortará quase 50 mil postos de trabalho e reduzirá seu banco de investimentos, diminuindo os ativos do maior banco europeu em um quarto em uma medida para simplificar e melhorar sua lenta performance. O banco disse nesta terça-feira que cerca de metade dos cortes de postos de trabalho virão das vendas dos negócios no Brasil e na Turquia.

 

Segundo o executivo-chefe do grupo financeiro, Stuart Gulliver, a pequena abertura do Brasil ao comércio internacional e a falta de escala no mercado brasileiro explicam a decisão do HSBC de deixar o Brasil. No México, ao contrário, o banco continuará de portas abertas. Para explicar a manutenção da outra filial latino-americana, o executivo argumentou que o “quadro é diferente no México, onde a economia é aberta e há 11 reformas em curso”.

 

Durante evento para atualização do cenário para os investidores do HSBC, o principal executivo do grupo explicou com naturalidade a decisão de sair do Brasil. “Os negócios têm gerado resultado abaixo do esperado no Brasil, Turquia, México e Estados Unidos. O que vamos fazer é vender o Brasil e a Turquia e mudar no México e EUA”, disse Gulliver, ao ressaltar que a filial brasileira do HSBC vai se restringir a uma pequena operação para atender grandes empresas. “Vamos manter uma modesta presença no Brasil”.

 

A venda da filial do Brasil acontece diante de dois principais problemas. O primeiro é estrutural e diz respeito à falta de abertura comercial do País. “Brasil e Turquia são economias mais fechadas com pequeno porcentual das exportações sobre o Produto Interno Bruto”, disse. Números apresentados pelo executivo mostram que as exportações brasileiras, por exemplo, respondem por 10% do PIB. O mesmo indicador está em 31% no México, 23% na China e 16% na Índia.

 

Outro problema é do próprio banco. No Brasil e Turquia, o HSBC sofre com a falta de escala. Para ser o terceiro maior banco dos dois mercados, o executivo explicou que as filiais teriam de multiplicar o total de ativos em mais de seis vezes. Na apresentação na capital britânica, Gulliver mostrou um quadro em que mostra o HSBC Brasil com US$ 63 bilhões de ativos em dezembro de 2014. Em sexto lugar no ranking dos maiores bancos no mercado brasileiro, o HSBC está muito atrás do Santander — o quinto — que somava US$ 225 bilhões.

 

México

O tom para falar sobre a segunda maior economia da América Latina foi completamente distinto. “O quadro é diferente no México, onde a economia é aberta e há 11 reformas em curso”, disse o executivo que destacou que a participação das exportações no PIB mexicano supera até a da China. “É lógico estarmos no México, uma economia aberta, com reformas e ligada aos EUA”, argumentou.

 

Gulliver destacou positivamente a execução de reformas estruturais pelo governo de Enrique Peña Nieto, como as mudanças no segmento de telecomunicações e petróleo e gás, o que deve acelerar o crescimento da economia mexicana. “Isso é transformação”, resumiu o executivo, ao lembrar que o México também tem sido destino de volumes crescentes de investimentos com o objetivo de exportar para os EUA como no segmento de automóveis e na indústria aeroespacial.

Plano estratégico

 

A outra metade dos cortes virá de cerca de 10% do restante dos seus 233 mil funcionários com a consolidação de operações de tecnologia da informação e departamentos administrativos e o fechamento de agências bancárias.

 

O banco, que foi fundado na Ásia e tem sede em Londres, fez o anúncio em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, pouco antes de oferecer uma atualização detalhada sobre o novo plano aos investidores.

 

“Em paralelo, o HSBC tem a intenção de acelerar os investimentos na Ásia”, com um enfoque particular na China e no sudeste asiático, afirmou no comunicado.

 

Para a China, prevê intensificar a expansão da gestão de ativos e seguros no delta do rio da Pérola, além de potencializar a internacionalização do iuane, disse a companhia.

 

O HSBC, maior banco europeu e com sede em Londres, estudará também a conveniência de transferir sua sede no final do ano, segundo especialistas, para Hong Kong.

 

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Segundo várias publicações econômicas, citando uma apresentação pela internet feita pela companhia, a entidade planeja reduzir seu pessoal em 10%, o equivalente cerca de 22 mil postos de trabalho.

 

A entidade justifica o corte em novas medidas iniciadas, como a automatização de serviços e o banco digital. A operação se trataria da segunda rodada de demissões realizada pelo banco nos últimos quatro anos.

 

Em 2011 a companhia anunciou uma redução de 30 mil postos de trabalho. Após o primeiro anúncio, a ações da entidade subiram 2,4% em Hong Kong registrando o maior ganho em um mês.

 

Fonte: R7

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