Quase um mês depois de ser solto, o dono da rede de lojas Tesoura de Ouro se pronunciou por meio de nota rebatendo as investigações que o levaram a ser preso por irregularidades fiscais no valor de R$ 45 milhões. Juraci Pessoa de Carvalho, conhecido como Juraci Tesoura de Ouro, afirmou em nota que a empresa é reconhecida pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) como uma das maiores contribuintes de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Distrito Federal.
Juraci disse ainda que a investigação está em andamento desde 2022, porém, nunca conseguiu identificar indícios suficientes para o oferecimento da denúncia. O dono das lojas Tesoura de Ouro foi preso em uma academia pela Polícia Civil do DF no dia 11 de abril, sendo libertado no dia 15 do mesmo mês após a defesa conseguir a revogação da prisão.
O empresário chegou a pagar fiança de R$ 5 mil por ter uma arma, mas como tinha mandado de prisão temporária em aberto, foi encaminhado à carceragem da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP). Juraci foi alvo de operação cujo objetivo era reprimir os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, que acarretaram uma dívida milionária com o Governo do Distrito Federal (GDF).
“A empresa possui gastos mensais que totalizam, em média, o valor de R$ 20.889.317,15, o que demonstra que a empresa fomenta a economia do Distrito Federal de maneira substancial, e por tais considerações, documentos e números apresentados, a higidez da empresa sobressairá”, diz trecho da nota.
Operação
No dia em que a PCDF prendeu o empresário, a corporação também cumrpiu 26 mandados de busca e apreensão em empresas e residências de investigados nas regiões administrativas Sudoeste, Águas Claras, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Recanto das Emas e Ceilândia. As cidades goianas de Planaltina de Goiás e Cidade Ocidental também foram alvo das ordens judiciais.
A investigação revelou que um grupo empresarial se utilizou de ao menos 123 empresas fictícias ou de fachada para emissão de notas fiscais fraudulentas com o intuito de supressão de tributos distritais, bem como para circulação de dinheiro proveniente de ilícitos tributários. Essas empresas de fachada, que orbitavam e se vinculavam às empresas existentes do grupo, tinham seus quadros societários constituídos por “laranjas” com padrões de vida simples, comumente funcionários.
“Vale destacar que, em relação a um único funcionário, que tinha a função de motorista, foram identificados 47 CNPJs vinculados a seu nome”, informou a PCDF na época da operação
Segundo a polícia, a utilização de “laranjas” nos contratos sociais das empresas de fachada tinham o intuito de blindar os reais proprietários do grupo que se beneficiam da supressão dos tributos, bem como da constituição de crédito fiscal “podre”, isto é, não realizando o pagamento dos impostos devidos.
Veja nota na íntegra:
“O Grupo Tesoura de Ouro é uma empresa sólida com sócios definidos a mais de trinta anos, sendo reconhecida pela SEFAZ (Secretaria da Fazenda) como uma das maiores contribuintes de ICMS do Distrito Federal.
A empresa não é e nem poderia ser ré na ação penal de origem, pois com exceção da existência de delitos ambientais, que não é o caso, não é possível a responsabilização penal de pessoas jurídicas.
Esclareço que a investigação que está em andamento existe desde 2022, sem, contudo, ter êxito ao menos no que se refere aos indícios suficientes para o oferecimento da denúncia acerca de eventual crime cometido pelos investigados.
Por fim é importante ressaltar que a empresa GTO tem atualmente em média 1.500 (um mil e quinhentos) funcionários, e possui gastos mensais que totalizam em média o valor de R$ 20.889.317,15, que engloba a folha de pagamento dos funcionários, pagamento de impostos, fornecedores, parcelamentos tributários, pagamento de aluguéis das lojas, dentre outros, o que demonstra que a empresa fomenta a economia do Distrito Federal de maneira substancial, e por tais considerações, documentos e números apresentados a higidez da empresa sobressairá e o contratempo obtido por esta investigação infundada”.
Fonte: Jornal Opção
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