Para o consultor de Economia e Investimento da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio-GO), Bruno Ribeiro, as vendas virtuais continuam crescendo após uma mudança de hábito na pandemia. “Este processo vinha numa evolução nacional, mas, a partir do momento em que houve uma necessidade, com o isolamento social, isso acabou incorporado ao comportamento das pessoas, até mesmo daquelas que eram avessas à tecnologia”, avalia.
Muita gente que não sabia como fazer uma compra virtual precisou aprender pela necessidade, hoje já domina muitas ferramentas e até opta pela comodidade de comprar pela internet, mesmo após a reabertura das lojas. Bruno Ribeiro lembra que o desenvolvimento do marketing digital e um acesso cada vez mais facilitado às plataformas de vendas para pequenos empreendedores também ajudaram no avanço das vendas virtuais, que continuarão crescendo mais e mais.
As redes sociais, como o Instagram, deram outro importante empurrão para quem precisou começar e não tinha muitos recursos em caixa. Elas já contam com uma publicidade direcionada para públicos-alvo e de baixo custo. “O mix é cada vez maior e a dinâmica cada vez mais rápida para compras virtuais”, conta o consultor da Fecomércio-GO. Ele lembra que a dificuldade de adaptação a novas realidades, como esta, é o maior limitador de crescimento e afeta até a sobrevivência dos negócios.
Proprietária de uma loja virtual de roupas, a pequena empreendedora Fabiana Borges Gruszczynski divulga e vende suas peças pelo Instagram e as envia para os clientes por um entregador. Ela conta que suas vendas on-line vêm crescendo ano a ano após a pandemia. Neste Natal, o faturamento foi cerca de 50% maior que no final do ano passado. “As pessoas hoje têm a vida muita corrida e buscam mais praticidade. Hoje, 70% das minhas vendas são on-line e nem pretendo ter loja física porque o custo é muito alto.”
Para a coordenadora de marketing da CDL Goiânia, Cleire Araújo, os pequenos negócios que já aderiram às vendas virtuais têm tido um bom retorno. Já quem ainda não está na internet precisa olhar com mais atenção para esta ferramenta. Ela lembra que já existem diversas plataformas de marketplace, de grandes marcas como Magazine Luiza, para divulgação e venda de produtos de pequenas empresas com baixo custo.
Até mesmo o aplicativo WhatsApp já conta com a versão empresarial WhatsApp Business, para que os pequenos negócios se comuniquem melhor com seus clientes, inclusive facilitando pagamentos. “O lojista precisa olhar para estes números de vendas. O mais importante é dar o primeiro passo. Não dá mais para ficar de fora porque o consumidor goiano está fazendo suas compras cada vez mais de forma digital, buscando mais comodidade”, alerta Cleire.
Fonte: O Popular