Hora extra pelas redes sociais


Mais de 30 bilhões de mensagens são enviadas diariamente via WhatsApp. Com isso, um usuário médio acaba passando mais de 3 horas por semana debruçado no aplicativo de mensagens. O problema é que muitas dessas informações provêm de assuntos relacionados ao trabalho e o uso indiscriminado da ferramenta está atordoando o dia a dia de muitos trabalhadores. O ideal é que sejam criadas regras para que os limites não sejam ultrapassados e suguem seu desempenho profissional.

 

A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Goiás (ABRH-GO), Dilze Percilio conta que, no início, as empresas tentaram criar regras para penalizar, intimidar ou coibir o uso das redes sociais por parte dos funcionários dentro do ambiente de trabalho. Mas explica que as empresas entenderam que podem utilizá-las para extrair ao máximo o desempenho de um funcionário, inclusive, fora do horário de expediente. “O feitiço virou contra o feiticeiro”, explica.

 

Para ela, o ideal é criar uma política de utilização das redes sociais com regras claras, transparentes. Até porque, enfatiza, o reflexo é efeito cascata. “Os colaboradores sofrem com a pressão do líder, que sofre com a do diretor que, por sua vez, é pressionado pelos clientes. Tudo via WhatsApp”, afirma.

 

Ela explica que se o colaborador tiver um celular corporativo, por exemplo, deve-se fazer um acordo de cavalheiro para que as mensagens sejam enviadas dentro de um horário plausível. “Pode ser até umas 20 horas, por exemplo”, afirma.

Até porque, ressalta, já existem decisões judiciais favoráveis a trabalhadores que conseguiram comprovar horas-extras via aplicativo. Outro uso inadequado, conta, num grupo de uma empresa, rendeu indenização por assédio moral.

Dicas

 

Para diminuir as chances de um profissional ser acionado durante o horário de descanso, Antonio Carlos Soares, CEO do Runrun.it e especialista em produtividade, sugere o uso de plataformas mobile de gestão do trabalho para delegar tarefas e trocar informações, melhorando a eficiência do trabalho. “Para o caso de demandas individuais ou em grupo, o acesso remoto permite organizar e priorizar as tarefas, evitando conversas longas e constrangimento aos funcionários, que já ficam cientes de que o fluxo de trabalho é feito pelo sistema, não pelo celular”, comenta o executivo.

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