Saneago quer garantir novo reajuste ainda para este ano

 

A Saneago tenta garantir o quanto antes repasse dos porcentuais restantes da revisão tarifária e a justificativa é de que o aumento de 32,13% aprovado no início do ano seria o mínimo para manter equilíbrio econômico-financeiro, investimentos e operação.

 

Como repassou parte do previsto (16,07%) em julho para os consumidores, a companhia alega que já sente as consequências no caixa e o faturamento teria recuado 5% este ano. Além disso, outra preocupação é com o consumo de água, que teve maior redução observada para o período. Assim a diretoria estuda o parcelamento do que ainda falta, porém sem falar em datas.

 

Como o segundo maior custo da companhia é com energia elétrica e a Celg tem reajuste anual previsto para setembro, é possível que os novos aumentos para os consumidores começem a aparecer depois disso e antes de maio de 2016 – mês do reajuste anual – para não acumular alta para a população. O maior custo é com a folha de pagamento e já aconteceram as atualizações, segundo o diretor de Gestão Corporativa, Robson Salazar, e há ainda avaliação de adiar investimentos. “Há expectativa de aumentos e por isso a empresa estuda até que ponto consegue absorver e até que ponto esse aumento de custo será repassado.”

 

Ele pontua que depois que o governador optou pelo parcelamento da revisão tarifária, os planos de investimento e custeio foram ajustados e os estudos são para alongar a aplicação da revisão, que pode ser feita em até quatro anos. “A gente não pode comprometer a prestação de serviço e os contratos com os municípios.” A definição dos próximos aumentos, porém, Salazar diz que depende do “clareamento do cenário econômico”, cenário este que define como taxas de juros, inflação e aumentos como o dos combustíveis.

 

O diretor defende que os novos repasses têm de começar ainda neste ano para não comprometer inclusive os indicadores e o porcentual restante seria de 13,84%. Juntamente com o governador e com a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), a diretoria da companhia já realizou reunião para tratar do assunto e os encontros devem se repetir até que uma tabela para retificar a revisão seja aprovada pela AGR.

Na contramão

 

“A gente já tem dificuldades com a manutenção dos nossos planos em função de duas coisas: pela não aplicação de imediato da revisão e, depois, por conta da crise hídrica, que não é nossa e sim do Sudeste.” Segundo o diretor, pela primeira vez, houve redução do consumo de água em 20%. Assim, na contramão do que é incentivado e tido como boa prática, a economia dos recursos hídricos com nova postura dos goianos não agradou e é apontada como responsável pelo faturamento estar menor do que o de 2014.


O diretor alega que havia tendência de redução, mas reajustes e novos ligamentos compensavam isso. Só que a redução teria sido grande demais e o aumento de custos e redução de receita não ajudam a equilibrar as contas. “O faturamento só não caiu mais por causa dos reajustes e novos ligamentos”, diz. A Saneago teve faturamento líquido de R$ 1,282 bilhão no ano passado e o endividamento cresceu 42,8% em 2014, que fechou com prejuízo de R$ 52,8 milhões.

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