Os preços dos produtos influenciados pela inflação, que já acumula alta de 6,68% no ano, têm freado o consumo dos goianos. Além de repensarem as aquisições e usar estratégias para economizar, os consumidores têm deixado de colocar no carrinho de compras vários produtos.
“Ficamos um mês sem comprar tomate. A salada era preparada sem o produto e no molho usávamos só o extrato pronto. A carne de primeira também foi item cortado da nossa lista de compra e a de segunda não é comprada todos os dias”, afirma o casal Deilany Karlene Alves dos Santos, 30, e Ronnyclay Cardoso Santos, 37.
Infelizmente, não foi apenas o tomate e a carne que o casal, que tem três filhos, deixou de adquirir. As guloseimas que antes eram presentes na casa da família não entram mais na lista. Os biscoitos de doce deram lugar para os comuns e o iogurte não é consumido há muito tempo.
“Antes a gente tinha o costume de comprar um produto de limpeza para cada área da residência. Hoje, o banheiro, por exemplo, só é lavado com sabão em pó e água sanitária. Tudo está caro e é preciso reduzir o valor das compras para pagar a energia elétrica”, afirmam.
Feijão, tomate, batata e carne foram os produtos da cesta básica que apresentaram maiores variações de preços no ano (veja quadro). E, conforme publicado no POPULAR, a queda de 1,5% no consumo das famílias no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos três meses de 2015, foi um dos ingredientes que influenciaram o recuo de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.