Fechada, Lojas Americanas do Centro gera saudosismo

 

Sem abrir as portas desde o início desta semana, as Lojas Americanas, na Avenida Anhanguera, chama atenção de quem passa pelo tradicional ponto no Centro de Goiânia. Sobre o fechamento desta que é a primeira loja de departamento a chegar à capital, nenhuma placa na porta explica. Porém, da calçada dá para escutar barulhos de obra, o que atiçou ainda mais a curiosidade e o saudosismo dos goianienses. Nas redes sociais, a notícia de um possível fechamento também se espalhou.

 

Oficialmente, por meio de nota, a empresa esclarece que a unidade está temporariamente fechada. “Estamos trabalhando para abrir o mais rápido possível”, diz. Em frente às Americanas, o vendedor ambulante Michael Xavier Gomes, de 24 anos, com uma frequência quase irritante, como define, tem de explicar aos pedestres que “provavelmente estão em obras”. “Tem muita história, por isso todos querem saber”, ressalta. Na sua posição estratégica, dá para ver que funcionários entram e saem de lá. No rápido abrir da porta, a reportagem conseguiu ver que produtos estão na prateleira e o local parece passar por uma manutenção.

 

A aposentada Ronilda Ferreira, de 60 anos, se assustou ao não encontrar a loja em funcionamento. “Quando eu era estudante, era um ponto turístico, as pessoas vinham do interior para conhecer”, lembra. Para ela, a variedade de produtos é o diferencial do local, que faz falta para quem frequenta o Centro. “Há um fluxo de pessoas que passam no eixo”, pontua sobre a resistência do comércio na região onde mora.

 

“Quando comentaram que teria fechado, fiquei triste, porque faz parte da minha adolescência”, acrescenta a jornalista Lindalva Bufáiçal Brandão, de 55 anos. Ela lembra que, quando frequentava o Jóquei Clube com amigas, a loja, que tinha lanchonete e sorveteria, era ponto de paquera. Próximo a locais que encerraram as atividades, a saudade de um Centro mais movimentado é compartilhada. “Há poucos dias, vi prateleiras vazias e senti saudades”, lamenta. A loja foi inaugurada no dia 20 de setembro de 1972, com a presença do então governador Leonino Caiado.

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