ARTIGO EDUARDO AMORIM: JOIO E TRIGO SINDICAL

Presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio nos Estados de Goiás e Tocantins

 

A pior situação existente em relações humanas ou profissionais é a de emparelhar joio e trigo como se fossem o mesmo produto. Vale ressaltar que, quando chega o tempo da colheita, os dois são peneirados ao vento. O joio, por ser leve, é espalhado pela mais suave brisa. O trigo fica na peneira pelo seu robusto peso.

Assim podemos caracterizar as entidades sindicais no País. Ninguém nega a existência de joio no setor, assim como em outras funções e atividades como política, econômica, comércio e etc. No entanto, há muito trigo neste intermédio sindical. O mesmo trigo que alimenta através do pão.

Muitas destas entidades são guardiãs de direitos trabalhistas que ultrapassam a casa dos reajustes salariais. Conseguimos seguro de vida ao trabalhador e seus familiares diretos, estabilidade de gestantes e pais além de muitos outros. Conquistamos Planos de Participação nos Lucros (PPL) através dos Acordos Coletivos de Trabalho, ou seja, são as conquistas suplantando a legislação vigente.

Fazemos o dever de casa como ditam as regras, mas aparecem aqueles que odeiam determinadas correntes políticas misturando joio e trigo ao afirmar que nenhum presta. “É preciso queimar toda estrutura sindical existente hoje no Brasil”, dizem os mais afoitos em verem as suas vaidades de caudilho serem realizadas.

 

Fonte: O Popular

Se atualmente a Justiça do Trabalho tem 8 milhões de processos em andamento, vale ressaltar que pelo menos o dobro deste número deixou de ir para os gabinetes de juízes atolados em demandas, devido aos setores jurídicos de sindicatos idôneos que conseguiram resolver a situação domesticamente entre empregador e empregado.

Muitas entidades sindicais investem sua arrecadação para sua logística funcional e até mesmo atender o trabalhador em necessidades sociais como assistência médica, odontológica e cursos profissionalizantes. Tem mais: Por força de lei, 10% a 20% do arrecadado engrossa o tesouro do governo federal.

Salienta-se que defendemos o uso da peneira que separa joio do trigo, mas não aceitamos o nosso extermínio, deixando trabalhadores sem o pão da justiça do trabalho.

Temos uma Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) decrépita que não se comunica mais com o mundo atual das relações trabalhistas. Nada mais necessário que sindicatos fortes e até mesmo vigiados por um órgão maior para deixar clara a transparência no uso do dinheiro do trabalhador. Isso é sensatez.

Toda Justiça é plena quando existe um intermediador. É como a separação do joio e do trigo. É preciso o olhar do produtor experiente para que toda produção não seja incinerada.

 

Fonte: O Popular

 

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