Venda de carros novos tem retomada em Goiás

 

Tudo indica que o brasileiro voltou a investir em uma de suas grandes paixões: a troca do carro. O mercado de veículos novos vive um momento de retomada dos negócios em Goiás. Este ano, as vendas já estão 9,4% maiores que no mesmo período de 2018 e, somente no último mês de agosto, foram emplacados 11.931 automóveis novos no Estado, praticamente o mesmo volume registrado no mesmo mês de 2014, período pré-crise.

As concessionárias atribuem o bom desempenho à maior confiança na economia, juros menores e condições mais facilitadas para pagamento e aprovação dos financiamentos. Depois de um longo período de arrocho, os bancos ficaram mais maleáveis na liberação de crédito e oferecem planos com entradas menores e prazos maiores, o que tem levado o consumidor de volta às lojas.

“Os bancos das montadoras estão ainda mais agressivos, há facilidade para aprovação de crédito, bonificações de fábrica e os preços também estão mais competitivos”, justifica o gestor comercial de novos e seminovos da concessionária Jorlan, Márcio Macedo. Ele conta que a empresa fechou o primeiro semestre com um incremento de 12% nas vendas sobre o mesmo período de 2018. Atualmente, com uma entrada de 40%, é possível financiar o saldo em 48 vezes com taxa de 0,89% ao mês. “Além disso, há bônus de avaliação para o carro usado do cliente, que deixam os valores bem competitivos”, destaca.

A empresária Cleusa Maria da Silva comprou um veículo Ônix zero quilômetro no final do primeiro semestre deste ano. Ela deu uma boa entrada e conseguiu financiar o restante sem juros. “Achei a aprovação do meu crédito muito rápida. Antes, havia muita burocracia e um monte de exigências. Desta vez, só apresentei meus documentos pessoais e meus extratos bancários. Foi muito mais fácil que antes”, conta.

O gerente comercial de veículos novos da Saga Hyundai, Wender Tiradentes, informa que, no mês passado, vendeu 199 veículos, 18% mais que em agosto de 2018. Ele também atribui este desempenho a uma maior confiança do consumidor e ao crédito facilitado pelos bancos. “Há uma maior flexibilidade dos bancos de montadoras, que estão injetando mais dinheiro no mercado na liberação de financiamentos”, explica.

Outro fator de impulso, segundo Wender, é que o mercado voltou a fazer lançamentos. Também há um crescimento considerável das vendas iniciadas por contatos através dos meios digitais, como a internet, que já respondem por 40% do total. Porém, o consumidor está sendo mesmo atraído pelos prazos maiores, juros menores e entrada facilitada, que chega a 20% apenas. Hoje, um veículo de R$ 42.990 pode ser pago com 20% de entrada, com financiamento em 48 meses, com a primeira parcela para abril. A entrada ainda pode ser parcelada no cartão de crédito sem juros. “Tudo vai depender da renda e do cadastro do cliente”, diz.

Para o gerente geral de vendas da Lince Veículos, Rodrigo Evangelista, a queda da inadimplência é outro fator que tem estimulado os bancos a aumentarem a aprovação de crédito para um mercado mais comprador. Além disso, os clientes estão usando outras opções de pagamento, como as cartas de crédito de consórcios, cuja participação no montante de vendas tem crescido muito. Segundo Rodrigo, já é possível comprar um veículo da marca Corolla dando apenas 20% de entrada e financiando o restante em até 60 meses. Outra opção crescente é o financiamento com balão, onde o cliente dá uma entrada de 30%, paga mais 30% ao longo de 24 meses e dá um balão de 40% na última parcela, quando aproveita o valor pago para já trocar de carro novamente.

O economista Alen Rodrigues lembra que essa retomada acontece num momento em que a economia ainda não reagiu tanto, mas foi o suficiente para aumentar a confiança do consumidor. Por isso, as maiores razões para a euforia atual seriam a desburocratização por parte dos bancos e a queda da Taxa Selic, que reduziu os juros dos financiamentos. “Ainda não estamos tão bem na economia, mas o brasileiro gosta de um carro novo e não vê problema em se endividar para isso. Quando vê linhas mais baratas, pode até se esquecer do orçamento e agir pela emoção”, alerta.

Fonte: O Popular

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