EMPREGOS NAS ÁREAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MÉDICAS E SOCIAIS CORREM MENOS RISCO DE DESAPARECER

 

Os jovens atuais do mundo têm, em média, mais anos de estudo do que qualquer geração que veio antes deles. E, no entanto, eles vêm tendo grande dificuldade em se inserir no mercado de trabalho e em conciliar o que aprendem na escola com o que é esperado do ambiente profissional.

 

Além disso, uma parcela considerável desses jovens sonha com profissões que correm o risco de não existir no futuro: podem ser automatizadas pelo avanço da tecnologia.

 

A avaliação acima é o ponto de partida do relatório Emprego dos Sonhos?, lançado nesta quarta-feira (22/1) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) durante o Fórum Econômico Mundial, trazendo dados sobre aspirações profissionais futuras de cerca de 600 mil jovens de 15 anos em 79 países e territórios, entre eles o Brasil.

As entrevistas com os jovens foram feitas em 2018, durante a aplicação do Pisa, exame internacional que mede o desempenho de estudantes em matemática, leitura e ciências. Aos 15 anos de idade, a maioria dos participantes do exame caminhava para o fim do ciclo da educação básica e se preparava para a escolha da educação superior — e também de o que quer fazer na vida profissional.

 

E o que a pesquisa identificou é que a maioria dos jovens sonha com um número limitado de carreiras, bastante parecidas às citadas por jovens entrevistados na mesma pesquisa oito anos antes, durante o Pisa 2000.

 

Expectativas de carreiras mudaram pouco’


“Enquanto o mundo passou por grandes mudanças desde o Pisa 2000, os resultados mostram que as expectativas de carreiras dos jovens mudaram pouco desde então”, diz o relatório da OCDE. “Ficaram, inclusive, mais concentrados em menos ocupações. Na pesquisa de 2018, 47% dos meninos e 53% das meninas de 41 países e economias (os que também participaram do Pisa 2000) dizem que esperam trabalhar em um dos dez trabalhos mais citados quando chegarem aos 30 anos.”

É bom lembrar que jovens costumam sofrer, em muitos países, com taxas de desemprego superiores às da população em geral. Entre os jovens brasileiros de 18 a 24 anos, por exemplo, o desemprego passava de 25%, segundo dados de novembro de 2019, contra a taxa geral de 11%.

“Parece que, ao longo de sua escolarização, os jovens têm dificuldade em desenvolver entendimentos mais bem informados e sutis sobre o mercado de trabalho e como podem se engajar nele”, conclui a OCDE, destacando “preocupação quanto à extensão em que crianças estão sendo preparadas para os empregos do futuro”.

 

Essas carreiras vão continuar a existir?


A maioria das carreiras nas áreas médicas e sociais tendem a ter baixo risco de serem substituídas por máquinas no curto prazo, diz a entidade. No entanto, para além de alguns dos trabalhos mais cobiçados, “muitos jovens selecionaram (em suas aspirações) trabalhos que correm alto risco de automação”, aponta o estudo da OCDE. 

O relatório Futuro do Emprego 2018, do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), lista funções que tendem a se tornar cada vez mais “redundantes” à presença da Inteligência Artificial e, portanto, correm o risco de serem substituídas por robôs, drones ou algoritmos. Entre essas funções estão: advogados, contadores, mecânicos, motoristas de veículos, bancários, trabalhadores fabris, auditores, gerentes administrativos e caixas de lojas.


Os empregos considerados em ascensão pelo relatório do WEF são analistas e cientistas de dados, especialistas em TI ou Big Data, desenvolvedores de softwares, especialistas em redes sociais e comércio digital, entre outros.

 

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